quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A alegria nunca é consciente. Vivemos um momento de alegria como uma graça presente. Um casal que se protege da vespa abraçando-se na rede da casa recém comprada, os namorados que descem a avenida para comprar pastel e entoam alegremente o hino do Botafogo após uma vitória maiúscula contra o Flamengo, o cheiro do macarrão aos domingos de uma panela borbulhando de queijo e, no copo, bem gelada, a coca-cola que borbulha de gás.

A tristeza, por outro lado, é sempre consciente. A ausência dói como metal quente na pele. Impossível esquecer mesmo quando a dor intensa passou, a sensibilidade do toque nunca é mais a mesma.

Por que a alegria passa despercebida enquanto a tristeza se faz tão presente? Se invertêssemos essa lógica os relacionamentos durariam mais. Triste sina dos tolos que só percebem tarde demais. Triste sina dos orgulhosos que não perdoam as dores passadas.

Aos tolos e orgulhos reside a sina de escrever uma história apartada de sonhos e de boas lembranças.

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